terça-feira, 15 de agosto de 2017

O GARANHÃO DO RIACHUELO X LURDINHA BATALHÃO

O cara foi por muito tempo conhecido nas rodas masculinas do Rio de Janeiro, como o garanhão do Riachuelo. Não que tivesse nascido ou sido criado no bairro - de mesmo nome - na cidade, que um dia foi maravilhosa. A razão de tão sutil apelido, foi por ele ter devastado a população feminina do Oiapoque ao Chui, como a marinha brasileira o fizera na batalha de mesmo nome, no rio Paraná, com os paraguaios. Ele comeu a tudo e a todas. Sem perdão.

Seu nome. Roberto Bueno. Sua altura 1,90. Louro de olhos azuis, calçava 44 e segundo as más linguas, era portador de um aparelhamento sexual inacreditável. Pois como dizia o Lelé, seu melhor amigo e chefe de seu fã clube, sua devastação nunca fora por causa de seus olhos azuis...

Pois bem, um dia o garanhão de Riachuelo, conheceu na gafieria do Águia no Vidigal, uma moreninha, de olhos verdes, pequena mas muito jeitosa, que atendia pela alcunha de Lurdinha Batalhão. Nada poderia ser somado a aquela paraguaia ou mesmo subtraido, pois, era simplesmente uma obra de arte. Tudo nos seus perfeitos guaranis nos lugares.

Bebeto sentiu que ela era a bola da vez, e embora advertido pelos amigos que Lurdinha, só se deitava com quem queria e como queria, não se fez de regoda, soltou aquela sua sempre bem recebida tirada: Deus deve ter perdido a forma.

Bebeto, não havia perdido tempo. Porém, Lurdinha, embora tenha soltado um sorriso daqueles de fazer padre viras vedete de rebolado, voltou-se para as amigas e continuou a sambar sem se importar com ele. Bebeto acabara de pela primeira vez ser rejeitado. E o pior, na frente de seus amigos. A moreninha, não lhe dera a minima bola. O tratara como uma coisa qualquer. Quem morou no Rio sabe que mesmo que um individuo coma, numa mesma tarde, em sequência 99 mulheres e venha a brochar na centézima, aquela grande platéia que freneticamente o aplaudia. imediatamente puxa um coro unissono, de: brocha, brocha, brocha!

O tempo passou e o garanhão do Riachuelo não se deu por vencido. Estava para nascer uma mulher que fosse capaz de rejeita-lo, ainda mais uma reconhecida como Lurinha Batalhão, que já havia passado o rolo, de São Conrado a Copacabana. E os amigos como sempre o atiçando, afinal a roda de apostas comia solta: come ou não come.

Até que um dia, ela pareceu ceder. Foram a um motel na Avenida Niemayer e quando Lurdinha se pos nua, Bebeto sentiu, o porque ela era reconhecida como uma musa. Mas quando foi a sua vez de tirar a roupa e seu aparelhamento sexual se fez presente, já pronto para o uso e abuso, Lurdinha chiou: com este ai - e apontou acintosamente para o dito cujo - só casando. Recolheu suas roupas e se mandou.

A coisa mecheu tanto com Bebeto que em menos de um mês estava ele de terno, gravata e cercado pelos amigos, na Igrejinha da Gávea, esperando pela entrada da noiva, a Lurdinha. Casaram e por quase três meses foram felizes. Aqueles que apostaram no primeiro pulo de cerca de Bebeto, nos primeiros seis meses de casamento, começaram a ficar apreenssivos. O garanhão sussegara. Seria isto possível? Mas foi só a loura do 302 dar mole, que o garanhão voltou a lida e depois dela via a mulata do 604 e aquela nordestina do 802. Lurdinha, que todas as tardes invariavelmente malhava das 15 aos 19 horas, não seria capaz de sacar nada, na visão do garanhão do Riachuelo.

Mas Lurdinha, que de boba nada tinha, ao cruzar com a loura do 302 pela primeira vez no elevador, sentiu cheiro de sangue no ar. E descobriu. Largou o Bebeto sem direito a defesa ou mera discução. Que aquele galo fosse cantar em outro galinheiro. Não era mulher de posar de corna, principalmente para os vizinhos. Colocou um advogado no caso e pediu por seu divórcio. 

E Bebeto sentiu por pouco tempo a falta da mulher. Para ser mais preciso 48 horas. Foi aquele banho de banheira, que delimitou o divisor de águas. Trouxe para si a certeza da liberdade qie necessitava.

Ele estava nu, andando pelo apartamento coisa que ficara proibida desde a entrada de Lurdinha em sua parada. Aquela sensação de liberdade de fazer o que quizesse, por ser ele perdida depois de Lurdinha e agora capaz de retornar com a saida de cena de Lurdinha. Imediatamente assumiu-se como dono de seu próprio nariz. E isto o fez sentir’se maior, livre, pronto para qualquer outra. Podia deixar a tampa do vaso sanitário em pé. Fumar na hora que desse na telha em seu quarto. Deixar a televisão acesa e ver futebol a hora que assim o desejasse. Mesmo na hora da novela. Não precisar fazer a cama, Ouvir a música que queria, no volume que decidisse. E o principal, não tinha mais que conter seus peidos e só poder salta-los no banheiro com a porta fechada. Era novamente um homem livre!

Que a Lurdinha e aquele seu advogado de divórcio, morador do 501 fossem catar coquinhos em Caruaru. Ele vivera a maior parte de sua vida sózinha e acabara de decidir que viveria o resto da mesma forma, pois, se existe uma coisa que o homem preza, é a sua liberdade. Mas até que sua honra, ou paixão futebolistica.

Lembrou que Lurdinha não o deixava tomar banho de banheira, pois, a bagunça era imensa. Então ele resolveu encher a banheira, e nela mergulhou, quando a água se mostrou morna e gostosa. Como havia derrubado uma garrafa inteira de espuma, quando sentou no interior da banheira, foi água para todos os lados. Olhou a bagunça, soltou uma gostosa gargalhada e soltou um sonoro foda-se! A empregada amanhã secaria o banheiro.

Acabado o longo banho de imersão, foi molhado mesmo pegar a sua toalha que esquecera sobre a cama. Enxugou-se e jogou a toalha no chão. Era um brado de independência. A empregada se encarregaria de limpar no dia seguinte. Ele voltara a ser um homem livre.

Pegou o maço de cigarro e se recusou ir para a varanda fumar lá fora. Uma das imposições de Lurdinha, a falecida, foi quando a campaínha soou estridente. Ele odiava aquele barulho. A trocaria, o quanto antes.

Foi até a porta e nem de dignou a olhar pelo olho mágico de sua porta. A escancarou e tomou um susto era Lurdinha, com roupa de ginática e com a cara de poucos amigos.

- Lurdinha?

- Sim. Pensava ser sua mãe?

- Mas o que...

Ela não deixou que ele terminasse a pergunta e caminhando até o banheiro, constatou o lago que se formara no mesmo.

- O que está acontecendo aqui?

- Acabo de tomar um banho de quase meia hora. daqueles que você se recusava a me deixar tomar. Algum problema, querida?

Ela o olhou com aquele olhar próprio do Lula para com o juiz Sergio Moro e complementou:  - Aqui não vejo nenhum problema, mas você acaba de alagar o 501. E isto é um problema que vai lhe sair bastante caro.

- 501? Mas este não é o apartamento daquele seu advogadozinho de merda?

- Sim o 501 é agora na verdade o NOSSO apartamento, seu corno. Ou vocè acha que eu, quando casada com você, precisava malhar cinco horas por dia, para manter este corpinho?

E assim a nação guarani finalmente teve a sua revanche-






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